Menores com depressão são três vezes mais propensos a agredir colegas. Autores fizeram estudo nacional e revisaram dados de 64 mil crianças.
Crianças diagnosticadas com transtornos mentais são em média três vezes mais propensas a praticar bullying contra os colegas, revela um novo estudo apresentado nesta segunda-feira (22) na Conferência Nacional da Academia Americana de Pediatria, em Nova Orleans.
O bullying é um tipo de violência física ou verbal feita de forma repetida e intencional. As agressões também envolvem uma diferença de poder entre o agressor e a vítima.
As conclusões foram elaboradas com base em um estudo feito no ano passado nos EUA com estudantes entre 6 e 17 anos. Cerca de 20% dos alunos relataram ter sofrido bullying nos 12 meses anteriores.
Apesar de várias pesquisas já terem apontado um maior risco de problemas mentais e suicídios entre as vítimas, poucos trabalhos se concentram na saúde psíquica de quem pratica a violência.
Além disso, os autores revisaram dados da Pesquisa Nacional de Saúde da Criança, feita em 2007 com informações fornecidas por pais e responsáveis sobre quase 64 mil menores.
Há cinco anos, 15,2% das crianças que intimidavam as outras foram identificadas pelos pais ou responsáveis. Quem tinha depressão apresentou três vezes mais chances de agredir os colegas, enquanto aqueles diagnosticados com transtorno desafiador opositivo (TDO) – distúrbio caracterizado por comportamento desafiador ou perturbador e desobediência – tinham até seis vezes mais probabilidade.
Segundo a autora Frances Turcotte-Benedict, da Universidade Brown, em Rhode Island, os resultados destacam a importância de oferecer apoio psicológico não só às vítimas de bullying, mas também aos "algozes". Além disso, ela sugere que novos estudos sejam feitos, para entender melhor essas relações e o perfil de risco dos que se consideram "valentões".
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