Dr. Turíbio Leite Barros, Neurocirurgião do Hospital das Clínicas detalha também as consequências
de uma desidratação muito grave, que pode gerar até um AVC.
O corpo humano é como uma espécie de máquina e o cérebro equivaleria ao
computador central que envia ordens para que todo o resto funcione
adequadamente. Sabendo que a prática esportiva ajuda na manutenção da
saúde de toda essa “máquina”, cabe ao profissional de Educação Física
ajudar o atleta – seja ele profissional ou de fim de semana – a
encontrar o equilíbrio para que a atividade seja benéfica e não
prejudique sua saúde.
Um dos principais cuidados que o técnico deve observar no treinamento do atleta é justamente em relação ao clima, já que a temperatura e a umidade relativa do ar influenciam não apenas o desempenho, mas também a saúde daqueles que praticam exercícios e podem até colaborar para o surgimento de danos sérios ao cérebro.
Treinamento difícil: chegada de oxigênio e glicose ao cérebro é comprometida
“Existe uma neutralidade térmica, ou seja, uma faixa de temperatura na qual não sentimos nem frio nem calor, que compreende entre os 20 e os 24°C. Acima desta marca, consideramos a temperatura elevada e, quanto mais ela sobe, maior o risco de haver problemas com a prática da atividade física e treinamento no calor”, conta Dr. Turíbio Leite Barros, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e fisiologista do Esporte Clube Pinheiros, da capital paulista. Segundo o profissional, isso acontece porque o organismo precisa lançar mão de seus mecanismos de manutenção da temperatura, que se iniciam com o aumento da sudorese, o que gera perda de líquidos e sais minerais.
“Essa sudorese extrema se mantém por um tempo, mas se o atleta persiste exposto ao calor intenso, cai o seu rendimento e a capacidade corporal de manter a temperatura. Esse aquecimento (hipertermia) leva às quedas de sódio plasmático (hiponatremia) e a sérios efeitos na saúde, que podem gerar danos cerebrais, às vezes irreversíveis”, orienta Barros.
O neurocirurgião do Hospital das Clínicas de São Paulo, SP, Dr. Fernando Gomes Pinto, conta que em uma situação de calor extremo existe um limite do funcionamento cerebral, por uma questão até de sobrevivência, que pode levar a um acidente vascular cerebral (AVC). “Quando há uma desidratação muito grave, o sangue torna-se mais viscoso e podem gerar êmbolos (coágulos) que atrapalham a circulação e podem gerar a isquemia (AVC). Além disso, o cérebro precisa de oxigênio e glicose para que os neurônios funcionem e a situação extrema pode comprometer a chegada destes combustíveis até o órgão”, explica.
Mito no treinamento: boné é indiferente na proteção térmica cerebral
Apesar de todos os riscos que o clima quente oferece aos atletas, a prática de atividades físicas não precisa ser limitada apenas aos dias amenos. Dr. Fernando lembra que tudo é uma questão de adaptação combinada à hidratação. “Temos uma margem de adaptação e pré-condicionamento que devem ser levadas em consideração. Quem se prepara para o Iron Man, por exemplo, tem um treinamento perfeito e que dificilmente consegue ser seguido por um indivíduo comum, porque o atleta foi condicionado a ele. É preciso ter muito cuidado também com a hidratação de cada atleta individualmente.” O médico lembrou ainda que apesar de roupas leves ajudarem na perda do calor, cobrir a cabeça com um boné é indiferente na proteção térmica cerebral.
Cabe ao profissional de Educação Física se atentar ainda ao local do treino, pois ambientes fechados, com pouca ventilação, tendem a facilitar o aumento da temperatura corporal e o surgimento de problemas. Outro cuidado especial é com os sintomas de que algo não vai bem, que são a queda no rendimento – o atleta não consegue manter o ritmo -, náusea, tontura, dor de cabeça, perda de coordenação motora, alterações sensorial e visual e até desmaios.
Cuidados extras: dicas de treinamento
Dr. Turíbio lembra que o técnico deve programar uma reposição de líquidos de acordo com a necessidade de perda do atleta, dando preferência ao isotônico à água, uma vez que o líquido contém sais minerais que ajudam na hidratação. O neurocirurgião do HC concorda: “a água cai primeiro no estômago para ser absorvida, não é algo que acontece automaticamente, por isso o atleta precisa fazer uma pausa e, preferencialmente, deitar horizontalmente por cerca de cinco minutos antes de retomar os exercícios”.
Com os cuidados adequados, o treinamento deve ser incentivado mesmo nos dias mais quentes de verão, pois segundo Dr. Fernando, estudos de neurociência demonstram que, quando feito de forma prazerosa e recreativa, o exercício ativa mecanismos de recompensa e prazer cerebrais, semelhantes àqueles provocados pelo sexo e pela ingestão de comida, liberando endorfinas e ajudando a restaurar e incrementar o hipocampo, área responsável pela memória.
“As facilidades dos meios fazem com que fiquemos cada vez mais sedentários e isso pode ser um problema a longo prazo, nem só por causa da obesidade, mas por uma questão de felicidade mesmo. Acho importante que mesmo o indivíduo que não é atleta comece a se mexer, praticar atividades com orientação profissional, para buscar mais qualidade de vida, de forma recreativa”, conclui o neurocirurgião.
Um dos principais cuidados que o técnico deve observar no treinamento do atleta é justamente em relação ao clima, já que a temperatura e a umidade relativa do ar influenciam não apenas o desempenho, mas também a saúde daqueles que praticam exercícios e podem até colaborar para o surgimento de danos sérios ao cérebro.
Treinamento difícil: chegada de oxigênio e glicose ao cérebro é comprometida
“Existe uma neutralidade térmica, ou seja, uma faixa de temperatura na qual não sentimos nem frio nem calor, que compreende entre os 20 e os 24°C. Acima desta marca, consideramos a temperatura elevada e, quanto mais ela sobe, maior o risco de haver problemas com a prática da atividade física e treinamento no calor”, conta Dr. Turíbio Leite Barros, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e fisiologista do Esporte Clube Pinheiros, da capital paulista. Segundo o profissional, isso acontece porque o organismo precisa lançar mão de seus mecanismos de manutenção da temperatura, que se iniciam com o aumento da sudorese, o que gera perda de líquidos e sais minerais.
“Essa sudorese extrema se mantém por um tempo, mas se o atleta persiste exposto ao calor intenso, cai o seu rendimento e a capacidade corporal de manter a temperatura. Esse aquecimento (hipertermia) leva às quedas de sódio plasmático (hiponatremia) e a sérios efeitos na saúde, que podem gerar danos cerebrais, às vezes irreversíveis”, orienta Barros.
O neurocirurgião do Hospital das Clínicas de São Paulo, SP, Dr. Fernando Gomes Pinto, conta que em uma situação de calor extremo existe um limite do funcionamento cerebral, por uma questão até de sobrevivência, que pode levar a um acidente vascular cerebral (AVC). “Quando há uma desidratação muito grave, o sangue torna-se mais viscoso e podem gerar êmbolos (coágulos) que atrapalham a circulação e podem gerar a isquemia (AVC). Além disso, o cérebro precisa de oxigênio e glicose para que os neurônios funcionem e a situação extrema pode comprometer a chegada destes combustíveis até o órgão”, explica.
Mito no treinamento: boné é indiferente na proteção térmica cerebral
Apesar de todos os riscos que o clima quente oferece aos atletas, a prática de atividades físicas não precisa ser limitada apenas aos dias amenos. Dr. Fernando lembra que tudo é uma questão de adaptação combinada à hidratação. “Temos uma margem de adaptação e pré-condicionamento que devem ser levadas em consideração. Quem se prepara para o Iron Man, por exemplo, tem um treinamento perfeito e que dificilmente consegue ser seguido por um indivíduo comum, porque o atleta foi condicionado a ele. É preciso ter muito cuidado também com a hidratação de cada atleta individualmente.” O médico lembrou ainda que apesar de roupas leves ajudarem na perda do calor, cobrir a cabeça com um boné é indiferente na proteção térmica cerebral.
Cabe ao profissional de Educação Física se atentar ainda ao local do treino, pois ambientes fechados, com pouca ventilação, tendem a facilitar o aumento da temperatura corporal e o surgimento de problemas. Outro cuidado especial é com os sintomas de que algo não vai bem, que são a queda no rendimento – o atleta não consegue manter o ritmo -, náusea, tontura, dor de cabeça, perda de coordenação motora, alterações sensorial e visual e até desmaios.
Cuidados extras: dicas de treinamento
Dr. Turíbio lembra que o técnico deve programar uma reposição de líquidos de acordo com a necessidade de perda do atleta, dando preferência ao isotônico à água, uma vez que o líquido contém sais minerais que ajudam na hidratação. O neurocirurgião do HC concorda: “a água cai primeiro no estômago para ser absorvida, não é algo que acontece automaticamente, por isso o atleta precisa fazer uma pausa e, preferencialmente, deitar horizontalmente por cerca de cinco minutos antes de retomar os exercícios”.
Com os cuidados adequados, o treinamento deve ser incentivado mesmo nos dias mais quentes de verão, pois segundo Dr. Fernando, estudos de neurociência demonstram que, quando feito de forma prazerosa e recreativa, o exercício ativa mecanismos de recompensa e prazer cerebrais, semelhantes àqueles provocados pelo sexo e pela ingestão de comida, liberando endorfinas e ajudando a restaurar e incrementar o hipocampo, área responsável pela memória.
“As facilidades dos meios fazem com que fiquemos cada vez mais sedentários e isso pode ser um problema a longo prazo, nem só por causa da obesidade, mas por uma questão de felicidade mesmo. Acho importante que mesmo o indivíduo que não é atleta comece a se mexer, praticar atividades com orientação profissional, para buscar mais qualidade de vida, de forma recreativa”, conclui o neurocirurgião.
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